Mensagens aos Jovens

Capítulo 106

Economia e abnegação

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Muitos desprezam a economia, confundindo-a com a avareza e a mesquinhez. A economia, porém, harmoniza-se com a mais ampla liberalidade. Verdadeiramente, sem economia não pode existir real liberalidade. É preciso que poupemos, a fim de podermos dar.

Ninguém pode exercitar verdadeira bondade sem abnegação. Unicamente por uma vida de simplicidade, de renúncia e estrita economia, nos é possível realizar a obra a nós designada como representantes de Cristo. O orgulho e a ambição mundanos precisam ser expulsos de nosso coração. Em toda a nossa obra, o princípio do desinteresse pessoal revelado na vida de Cristo tem de ser desenvolvido. Nas paredes de nossa casa, nos quadros, na mobília, devemos ler: “Recolha em casa os pobres desterrados”. Em nosso guarda-roupa, cumpre-nos ler: “Vista o nu.” Na sala de jantar, na mesa coberta de abundante alimento, devemos ver traçado: “Reparta o pão com o faminto”. Isaías 58:7.

Portas abertas

Mil portas de utilidade se acham abertas perante nós. Lamentamos muitas vezes os escassos recursos disponíveis, mas, se os cristãos vivessem com inteiro fervor, poderiam multiplicar os recursos mil vezes. É o egoísmo, a condescendência com o próprio eu, que bloqueiam o caminho a nossa utilidade.

Quantos recursos são gastos com artigos que são meros ídolos, coisas que ocupam pensamentos, tempo e energias que deviam ser empregados para fins mais elevados! Quanto dinheiro é gasto em casas e móveis caros, em prazeres egoístas, comidas luxuosas e nocivas, em prejudiciais condescendências com o próprio eu! Quanto é esbanjado em dádivas que não beneficiam a ninguém! Em coisas desnecessárias, muitas vezes nocivas, professos cristãos estão hoje em dia despendendo mais, muitas vezes mais, do que empregam em salvar pessoas do pecado.

Muitos dos que professam ser cristãos gastam tanto no vestuário que nada têm para dar a fim de suprir as necessidades dos outros. Pensam que precisam ter ornamentos custosos e roupas caras, a despeito das necessidades dos que só com dificuldade podem conseguir o mais simples vestuário.

Poupando os fragmentos

Minhas irmãs, se harmonizassem sua maneira de vestir com as regras dadas na Bíblia, teriam abundância para auxiliar suas irmãs mais pobres. Não teriam apenas recursos, mas tempo. Muitas vezes é isso o mais importante. Há muitos a quem poderiam ajudar com as suas sugestões, seu tato e habilidades. Mostrem-lhes como podem vestir-se com simplicidade e ainda com bom gosto. Muitas mulheres permanecem fora da casa de Deus por causa de seus miseráveis, mal arranjados trajes se acharem em tão assinalado contraste com o vestuário das outras. Muitas pessoas sensíveis nutrem um sentimento de amarga humilhação e injustiça devido a esse contraste. E por causa disso muitos são levados a duvidar da realidade da religião e a endurecer o coração contra o evangelho.

Cristo nos manda: “Recolham os pedaços que sobraram a fim de que nada se perca.” Mateus 5:13. Enquanto milhares morrem diariamente de fome, derramamento de sangue, incêndio e epidemia, convém a todo aquele que ama a seu semelhante cuidar para que nada se perca, que não seja desnecessariamente gasta coisa alguma que possa vir a beneficiar uma criatura humana.

É pecado desperdiçar nosso tempo; é pecado desperdiçar nossos pensamentos. Perdemos todo momento que dedicamos ao egoísmo. Se cada momento fosse corretamente avaliado e empregado do modo adequado, teríamos tempo para tudo que necessitamos fazer para nós mesmos ou para o mundo. No emprego do dinheiro, no uso do tempo, das energias, das oportunidades, que cada cristão volte-se para Deus em busca de guia. “Se alguém tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, e Ele a dará porque é generoso e dá com bondade a todos.” Tiago 1:5. — A Ciência do Bom Viver, 206-208.

Guia para a economia

Não é necessário especificar aqui a maneira de exercer economia em todos os particulares. Aqueles cujo coração está inteiramente entregue a Deus, e que tomam Sua Palavra por guia, saberão como devem conduzir-se em todos os deveres da vida. Aprenderão de Jesus, que é manso e humilde de coração; e, cultivando a mansidão de Cristo, fecharão a porta contra inúmeras tentações. — Fundamentos da Educação Cristã, 152.